A Resipinus – Associação de Destiladores e Exploradores de Resina criticou hoje a insensibilidade das autoridades locais e nacionais para os prejuízos causados pela tempestade Leslie no sector da resinagem, sobretudo na região Centro.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da associação, Hilário Costa, disse que a tempestade que assolou o país a 13 e 14 de Outubro destruiu entre 200 a 250 mil bicas em pinhais dos distritos de Leiria e Coimbra, causando meio milhão de euros de prejuízos.
Segundo o dirigente, os concelhos de Leiria, Pombal, Figueira da Foz, Montemor-o-Velho, Soure e Cantanhede foram os mais afectados.
“Apesar das perdas que o sector florestal sofreu, as autoridades locais dos concelhos atingidos até ao momento não realizaram contabilização dos prejuízos do sector, nem alertaram a sociedade para as consequências da tempestade na actividade”, salientou Hilário Costa.
Face à “insensibilidade das autoridades locais, do poder central e da entidade pública responsável pelo sector florestal”, a Resipinus denuncia o que considera ser mais uma forma de “abandono a que a floresta portuguesa está sujeita”.
Para Hilário Costa, “infelizmente parece que só é dado mediatismo à floresta quando há tragédias humanas, como nos incêndios do ano passado, mas todos se esquecem das pessoas que diariamente trabalham e dependem da floresta, mesmo quando as catástrofes lhes batem à porta”.
A tempestade Leslie partiu e derrubou milhares de pinheiros resinados, provocando a perda da resina acumulada nos recipientes de recolha, a destruição de materiais de resinagem e impossibilitando o acesso às áreas florestais por obstrução dos caminhos e acessos.
O presidente da Resipinus salienta também que a indústria da madeira foi bastante afectada, além das consequências para o meio ambiente e ecossistemas florestais.
Fundada em 2013, a Associação de Destiladores e Exploradores de Resina, com sede em Leiria, é a única representativa do sector da resinagem em Portugal, com mais de meia centena de associados, que representam cerca de três centenas de postos de trabalho.
LUSA
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