“Onde é que tu andavas, Soraia?”, perguntou, há dias, na televisão o cantor Mickael Carreira, júri do concurso musical The Voice Portugal, surpreendido com os dotes vocais da condeixense Soraia Cardoso, concorrente que aspira a ir longe naquele programa… e na música.
Vamos conhecê-la. Soraia tem 20 anos, está no 2.º ano da licenciatura em Gerontologia Social e reside em Alcouce, aldeia da União de Freguesias de Vila Seca e Bendafé. O gosto pela música vem-lhe de criança. Na escola e na missa começou a cantar.
Em 2016, participou no concurso de descoberta de talentos A Voz de Condeixa. Não venceu, mas “ganhou” o convite para fazer parte do grupo Sons do Fado Cruzado.
O fado é, de resto, o seu género musical favorito e a forma como o interpreta valida a preferência.
No ano seguinte volta a concorrer, “já com um ano de palco, mais segura”… e ganha. Os convites para actuações em restaurantes, tascas, associações, na região e fora dela, aumentam.
Em 2017, entra no referido curso universitário, mas o foco de Soraia está na música. “O curso é só uma ferramenta que possa ter em caso de necessidade no futuro, porque o que gostava mesmo era de ser profissional da música”, revela ao TERRAS DE SICÓ, de olhos noutros voos.
A participação no concurso televisivo da RTP é uma forma de “mostrar-me, ganhar algum reconhecimento, conseguir contactos, para posteriormente cantar em casas de fado em Lisboa, porque é lá que se aprende tudo sobre fado, fado é mesmo lá”. Contactos na capital, onde deseja fixar-se, já há e o propósito nos próximos tempos passa por conciliar o curso superior com a música.
Na primeira prestação surpreendeu o júri, que a comparou à conhecida fadista Ana Moura. A semelhança ajudou a criar impacto, mas a condeixense prefere vir a ser falada pela sua própria identidade musical. É isso que vai procurar nas prestações seguintes do “The Voice”, onde tem as galas, ponto alto do programa, na mira.
“Só posso estar muito contente e agradecida, porque estou a ter o reconhecimento que sempre procurei e acho que o mereço. O público está a gostar, está a acarinhar-me, todos os dias recebo mensagens e estou feliz”, refere, com um rasgado sorriso.
E ganhar o concurso? “Uma fadista ganhar o The Voice Portugal seria uma novidade. Chegar à final mesmo sem ganhar já era muito bom. Quanto mais longe puder chegar melhor, porque mais me mostro”, salienta a jovem, filha do presidente daquela união de freguesias, José Luís Cardoso.
Da terra natal promete não se esquecer, pois “foi aqui que fui aprendendo e crescendo, mas agora preciso de ir mais além”.
Alcouce, a aldeia que já deu à nação uma eurodeputada (Marisa Matias), pode agora dar uma voz a Portugal.
LUÍS CARLOS MELO
Site optimizado para as versões do Internet Explorer iguais ou superiores a 9, Google Chrome e Firefox
Powered by DIGITAL RM