Ainda com a memória daquelas horas de vendaval bem presente, dos dias difíceis que se seguiram, da contabilidade dos prejuízos, é agora mais a frio que o presidente da Câmara Municipal de Soure olha para a tempestade Leslie que há três semanas “varreu” (também) o seu concelho.
“Não houve feridos e como tal estamos na presença de um grande ´simulacro´, cuja resposta foi bastante positiva, quer por parte da protecção civil, quer de outras entidades como os concessionários de serviços essenciais, quer da sociedade civil”, avalia Mário Jorge Nunes, referindo-se neste último caso “às pessoas que numa semana conseguiram voltar a colocar a sua vida quase na normalidade”.
O autarca admite que há “muitos aspectos a melhorar, nas áreas da prevenção, previsibilidade, das medidas a tomar, mas a resposta foi muito boa, tendo em conta as circunstâncias”.
“Há planos de contingências que iremos melhorar, para que numa próxima situação continuemos sem feridos ou vítimas mais graves”, adianta o edil.
Os prejuízos contabilizados no concelho apontam para um valor perto dos 12 milhões de euros. Pelo levantamento efectuado há mais de três milhões e meio de euros de danos em habitações particulares, mais de dois milhões em empresas, mais de um milhão de euros em equipamentos e infra-estruturas municipais, 850.000 euros de prejuízos em colectividades e IPSS, e quatro milhões de euros na agricultura, metade em infra-estruturas e equipamentos e o restante nas culturas.
Mário Jorge Nunes considera “adequada” a resposta governamental, com várias medidas disponíveis para os afectados, aguardando agora que “os procedimentos sejam tão céleres quanto as decisões políticas”.
Entretanto, a Câmara de Soure está atenta aos casos de famílias desalojadas ou em difíceis condições de habitabilidade, sem seguro nem meios financeiros para realizar as reparações, e vai avançar com o necessário apoio municipal, anuncia o edil.
O presidente da autarquia salienta que ainda há pontos do concelho sem comunicações, “porque a rede móvel não chega lá e a rede cabo ainda não foi reposta” e zonas onde a energia eléctrica ainda é vulnerável. “Toda a gente tem energia, mas há casas que a tem ainda com pouca fiabilidade”, refere.
LUÍS CARLOS MELO
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