O Gabinete de Inserção Profissional (GIP) de Alvaiázere, que está instalado na sede da ADECA, corre o risco de fechar a 31 de Dezembro. O actual contrato termina este ano e as candidaturas abertas pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) não contemplam o concelho de Alvaiázere. A decisão está a ser contestada pela Câmara Municipal e a ADECA, que consideram este gabinete de “extrema necessidade” para a população alvaiazerense e alegam a “distância considerável” do Centro de Emprego de Figueiró dos Vinhos, para onde “não há transportes públicos”.
“A indicação que tenho é que o GIP de Alvaiázere não foi sinalizado e por esse motivo não seria para se manter”, revelou ao TERRAS DE SICÓ a presidente da Câmara Municipal, salientando que “estou a tentar reunir com o responsável a nível nacional para mostrar o desagrado desta decisão, a qual foi tomada, mais uma vez, sem prestarem qualquer informação ou comunicação ao município”.
Este encerramento “é uma lacuna grave” e “a população é indiscutivelmente muito prejudicada”, defende Célia Marques, questionando “como é que as pessoas vão assegurar este serviço?”. Afinal, “não existindo GIP em Alvaiázere e não havendo meios de transporte públicos para Figueiró dos Vinhos”, as pessoas com dificuldade em arranjar posto de trabalho ficam desamparadas.
“Como é que os utentes do concelho se irão deslocar até Figueiró dos Vinhos? De táxi? Não acredito, se as pessoas não têm condições financeiras não vão apanhar um táxi”, denuncia a autarca, constatando que “sem transportes públicos o serviço não é assegurado, por isso é impensável uma decisão destas”.
Posto isto, “estou em crer que poderemos ainda ver esta situação alterada”, considera Célia Marques, adiantando que “é essa a nossa expectativa, daí estarmos a solicitar esta reunião para tentar mostrar o quão prejudicial vai ser para a comunidade alvaiazerense”.
Também a ADECA critica o eventual encerramento do GIP, denunciando os danos para a população e para a associação. “Neste momento, temos uma machadada grande na nossa organização: o GIP supostamente encerrará em Dezembro, porque o IEFP assim o decidiu, não permitindo sequer à ADECA renovar o contracto, ou seja, foram abertas candidaturas para o ano 2019 e o concelho de Alvaiázere não figura”, lamenta o presidente da ADECA.
“Existe desemprego estrutural, pelo que não renovarem o contrato do GIP, que já estava a meio tempo e a ADECA suportava o seu funcionamento a tempo inteiro, é um dano para a associação e para a população”, refere Bruno Sousa, argumentando que “não existem transportes públicos para os utentes se dirigirem facilmente ao Centro de Emprego de Figueiró dos Vinhos”. Por outro lado, a ADECA “tinha ali a comparticipação financeira para colaborar com o pagamento de um posto de trabalho”, pelo que “este encerramento obriga-nos a repensar o quadro de pessoal da associação”.
“Portanto, para um território como Alvaiázere, que ainda tem desemprego, apesar de não ser operacional, porque há ofertas e não há provimento para os lugares oferecidos, este gabinete é de extrema necessidade”, considera aquele dirigente, recordando a importância deste gabinete como agente facilitador na inserção ou reinserção no mercado de trabalho, sobretudo das pessoas em situação de desemprego prolongado, que tinham ali um apoio de proximidade.
O TERRAS DE SICÓ procurou obter esclarecimentos junto do IEFP, mas não obteve resposta em tempo útil.
CARINA GONÇALVES
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