O turismo é hoje uma actividade essencial para o nosso país. Os números comprovam que a actividade turística é uma das principais fontes de receita da economia nacional, de forma directa e indirecta, sendo um factor fundamental de desenvolvimento e de modernização. Os turistas descobriram que Portugal não é apenas sol e praia e passaram a escolher outros destinos dentro do país – e fazem-no a um ritmo que estávamos longe de imaginar há apenas meia dúzia de anos.
A crescente chegada de visitantes, a Portugal e, em particular, aos territórios do Centro de Portugal, constitui um desafio estimulante e abre oportunidades que temos todos de saber aproveitar. O turismo tem de ser encarado como uma indústria, que potencia e é promotora do desenvolvimento local. É um motor de desenvolvimento que deve ser acarinhado e valorizado a todos os níveis. É, aliás, em territórios que, à partida, têm uma dimensão menos significativa, como estes do Sicó, que a actividade turística pode deixar marcas mais fortes, fazendo crescer a economia local e melhorando assim as condições de vida das populações.
As Terras de Sicó não estão a passar ao lado do desenvolvimento turístico, graças aos esforços permanentes dos empresários da região e da Associação de Desenvolvimento Terras de Sicó. Acresce que esta região tem, à partida, trunfos que a tornam particularmente atractiva do ponto de vista turístico, pois oferece produtos turísticos que se adequam àquilo que os novos viajantes procuram. Nos anos mais recentes, naquilo que é uma tendência crescente para o futuro, os visitantes escolhem os destinos pelas experiências que podem realizar, aliadas à descoberta do património, da cultura e das tradições dos locais que vão conhecer. São turistas cada vez mais activos, a quem a actividade turística tradicional, mais passiva, já não seduz.
Os territórios de Alvaiázere, Ansião, Condeixa-a-Nova, Penela, Pombal e Soure oferecem-lhes o que procuram: a possibilidade de aliarem experiências com o património, natural e edificado, e com as tradições locais. A herança romana, os castelos, o turismo activo – caminhadas, trails, BTT, escalada, espeleologia –, o termalismo, entre muitas outras ofertas em que esta região é fértil, são produtos turísticos cada vez mais apetecíveis para os “novos” turistas. E estes têm também uma particularidade: além de gostarem de se “perder” na natureza e no património envolvente, também são entusiastas apreciados dos produtos locais, como o queijo e os vinhos, outros emblemas das Terras de Sicó.
Diria, então, que estes são os caminhos para as Terras de Sicó num horizonte a dez anos, até 2030. Projectos diferenciadores, que valorizem a genuinidade dos produtos locais e o espaço rural, enquanto âncoras das novas atractividades turísticas, ao mesmo tempo que oferecem experiências de qualidade aos visitantes, são os caminhos a seguir. Projectos que conciliem o património com a gastronomia, as tradições do passado com o futuro, o turismo activo com o termalismo, o rural com o requintado, são apostas ganhas à partida.
As regiões mais afastadas dos centros de decisão não têm de estar condenadas ao isolamento. A actividade turística não é a tábua de salvação, mas pode, sem dúvida, ser um contributo decisivo para que o futuro seja mais risonho.
* Presidente da Entidade Regional do Turismo Centro de Portugal
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