O projecto-piloto do cadastro, implementado em dez municípios, permitiu já aumentar de 13,6% para 42,14% a área total registada, avançou hoje à Lusa fonte do Ministério da Justiça, afirmando que o objectivo é “chegar aos 50%”.
“Setembro registou o maior avanço na evolução dos processos de cadastro simplificado de terras”, de acordo com os dados divulgados pelo gabinete da ministra da Justiça, revelando que o maior volume de processos iniciados num dia, em todos os municípios abrangidos, foi registado em 19 de Setembro, “com 1.203 no total – o valor mais alto tinha sido registado a 23 de Agosto, com 650 processos iniciados –”.
A funcionar desde Novembro de 2017, o projecto-piloto do cadastro integra dez municípios atingidos pelos fogos em 2016 e em Junho de 2017, designadamente Pedrógão Grande, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Góis, Pampilhosa da Serra, Penela, Sertã, Caminha, Alfândega da Fé e Proença-a-Nova, que contabilizam uma área total de 245.821 hectares.
Na fase inicial do projecto, cerca de 86,4% do total da área física dos dez municípios não estava registada no Instituto dos Registos e do Notariado (IRN), já que existiam apenas 256.618 registos, representando um total de área registada de 337 quilómetros quadrados [13,6%].
Desde Novembro de 2017 até ao momento, “os técnicos identificaram e caracterizaram uma área total de 102.544 hectares, o que representa 42,14% do território abrangido pelo piloto”, informou fonte do Ministério da Justiça, referindo que estes dados dizem respeito a 70.638 processos de representação gráfica georreferenciada, que correspondem a um total de 71.389 matrizes.
“A conquista destes resultados reflecte o empenho das equipas e técnicos habilitados no trabalho desenvolvido ao longo do último ano, quer no terreno junto das populações, quer nos diversos espaços físicos do Balcão Único do Prédio (BUPi)”, afirmou a tutela, acrescentando que, além dos prédios, estão também identificadas várias outras naturezas de áreas delimitadas por georreferenciação, como parcelário agrícola, matas nacionais, florestas e baldios, explorações florestais e prédios arrendados.
O projecto-piloto do Sistema de Informação Cadastral Simplificada está a ser feito através do BUPi, um balcão físico e virtual, da responsabilidade do IRN, que vai agregar a informação registal, matricial e georreferenciada relacionada com os prédios.
Sob o mote “proteja o seu território de forma simples e gratuita”, os espaços BUPi permitem o registo gratuito dos prédios rústicos e mistos até 31 de Outubro de 2018 nos dez concelhos do projecto-piloto.
“A fase experimental do BUPi entra agora na recta final e até 31 de Outubro o objectivo é chegar aos 50% de área conhecida. A mobilização dos vários actores é, pois, fundamental para concretizar esta meta e garantir o sucesso deste grande projecto”, apontou fonte do Ministério da Justiça, destacando o reforço de meios na operacionalização do BUPi, através de novas ferramentas na plataforma que a tornam “mais interactiva” e da abertura de mais balcões e de postos móveis.
Neste âmbito, foi atribuído financiamento aos municípios para “capacitação de recursos humanos com o objectivo de criação de novos postos”, indicou o gabinete da ministra da Justiça.
O projecto-piloto do cadastro, que está a ser desenvolvido em dez municípios das regiões Norte e Centro de Portugal continental até 31 de Outubro deste ano, tinha um orçamento estipulado de dois milhões de euros.
LUSA
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