Não à exploração de gás em Pombal. É com esta certeza que a campanha Linha Vermelha chega a Pombal este sábado (22), pretendendo alertar para os riscos da exploração de gás no concelho. Como forma de protesto, propõem tricotar uma linha vermelha com 52 quilómetros de extensão, numa iniciativa que está a percorrer o país e promete parar apenas quando forem cancelados os contratos activos para exploração de gás e petróleo em Portugal.
E quais os riscos de uma eventual exploração de gás em Pombal? “O elevado risco de contaminação dos lençóis freáticos, que abastecem a população, que usa a água para agricultura e para consumo humano”, refere desde logo João Costa, membro da campanha Linha Vermelha. Mas há mais. Este tipo de perfuração tem um consumo muito elevado de águas locais, contamina os solos com substâncias químicas tóxicas, aumenta o número de sismos, gera pouco emprego e não traz benefícios económicos para a região, nem para o país. Além disso, “os combustíveis mantêm-se ao mesmo preço”, uma vez que “nos contratos não existe um preço preferencial de compra nem um direito preferencial de compra”, pelo que “vamos continuar a comprar gás nos mercados e ao preço de mercado”.
Posto isto, no sábado (22), entre as 15h00 e as 18h00, o Largo do Cardal transforma-se num atelier de tricô e crochet, onde estará o grupo “Gang da Malha” a ensinar a tricotar e a fazer crochet. Paralelamente haverá “uma pequena conversa acerca da prospecção de gás e petróleo em Portugal com especial foco no furo de Aljubarrota, programado para 2019”, revelou ao TERRAS DE SICÓ João Costa. No local haverá ainda “informação escrita acerca do furo de Aljubarrota” que poderá ser consultada por todos “num ambiente descontraído, de união e alegria entre os cidadãos”.
Para participar nesta iniciativa “basta aparecer no Largo do Cardal às 15h00”, informa João Costa, salientando que “se tiverem agulhas podem trazer, mas o fundamental é levarem boa disposição”, até porque “agulhas e novelos levaremos nós”.
A campanha Linha Vermelha, que está a percorrer o país de Norte a Sul do país alertando para os problemas da exploração de petróleo e gás na costa portuguesa, estará em Pombal apenas no próximo sábado, contudo, mesmo depois deste dia, os pombalenses “podem participar”, bastando para isso “fazerem uma pequena linha vermelha, tirarem uma foto e enviarem-nos” para acrescentar à galeria do site (linhavermelha.org), onde estão patentes todas as participações.
De referir que a Campanha Linha Vermelha nasceu de uma parceria entre a Academia Cidadã e o Climáximo, com vista a protestar as licenças concedidas pelo Governo português. Desta forma, estão a percorrer o país para “envolver os cidadãos”, convidando-os a “participar, aprender a tricotar e pensar sobre este tema”. Afinal, “mais importante que tudo, é sensibilizarmos acerca das alterações climáticas que são um problema do presente e não do futuro”.
CARINA GONÇALVES
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