O consórcio INOV-C de apoio à inovação, liderado pela Universidade de Coimbra (UC), possui um orçamento de 1,6 milhões de euros até 2019 para “dar corpo a ideias” de negócio, disse hoje Amílcar Falcão, vice-reitor da instituição.
“O objectivo é dar corpo a ideias. Uma coisa é uma pessoa ter uma ideia, que pode ser uma excelente ideia, mas se não for bem trabalhada não dá em nada. E às vezes as ideias não são tão excelentes e depois de trabalhadas consegue-se alguma coisa delas”, disse à agência Lusa Amílcar Falcão.
Em declarações à margem da sessão de apresentação de 26 projectos que serão apoiados pelo INOV-C – 15 bolsas de ignição, duas provas de conceito e nove projectos complementares inseridos numa rede de apoio ao empreendedorismo e inovação – o vice-reitor da UC para as áreas da investigação, inovação e fundos estruturais sublinhou que o consórcio tem um papel de facilitador.
“Há a ideia, depois tem de haver um plano de negócios, depois uma empresa, depois financiamento para a empresa, depois tem de produzir alguma coisa, depois tem de ir para o mercado, tem de internacionalizar-se. Isto é um trajecto que uma pessoa individual dificilmente faz e o que nós fazemos é ajudar estes empreendedores a seguir o seu caminho, somos facilitadores”, argumentou Amílcar Falcão.
Entre as 15 bolsas de ignição hoje atribuídas, que visam “estimular a transformação de ideias embrionárias em potenciais invenções viáveis”, explorando um eventual potencial comercial, são financiadas até um máximo de 8.500 euros cada e incluem um dispositivo de diagnóstico em oncologia pediátrica, uma solução pré-fabricada de betão leve que inclui a incorporação de resíduos provenientes da cultura do arroz, o desenvolvimento do potencial terapêutico de folhas de mirtilo aplicado à esclerose múltipla, uma cura rápida de feridas ou um software de gestão térmica de baterias, entre outras.
Já o sistema de provas de conceito, o nível seguinte às bolsas de ignição, visa “estimular a valorização de resultados de investigação e desenvolvimento, que possam ser alvo de um licenciamento ou da constituição de uma ‘spin-off’ de base tecnológica num prazo de um a dois anos”.
Foram aprovados duas provas de conceito – uma de aplicação de fármacos nos olhos e outra de diagnóstico da apneia de sono através de testes sanguíneos – que serão apoiadas com um máximo de 42.500 euros cada.
Já os nove projectos incluídos na rede de apoio ao empreendedorismo e inovação, cujo financiamento máximo é de 10.000 euros cada, vão desde a realização das iniciativas Condeixa Criativa, na autarquia de Condeixa, e Vila Divertida, em Pedrógão Grande, passando pela inovação aplicada ao turismo de natureza em Penacova, um programa de investimento em Abrantes ou um projecto relacionado com a floresta, na região interior centro, contando com o apoio de um parceiro tecnológico da Sertã.
Na sessão de hoje, Ana Abrunhosa, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), entidade gestora do programa Centro 2020, que financia o INOV-C, disse esperar que os projectos agora aprovados “possam vir a ser úteis à sociedade”, sublinhando a importância do conhecimento e da investigação e desenvolvimento.
“Espero que possam levar jovens a encontrar o seu lugar no país e no mundo através do conhecimento”, afirmou.
Para além da Universidade de Coimbra, o INOV-C integra os institutos politécnicos de Coimbra, Leiria e Tomar, o Biocant Park de Cantanhede, Instituto Pedro Nunes (IPN) e o IteCons (Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico para a Construção, Energia, Ambiente e Sustentabilidade), Centro de Inovação e Competências da Floresta (SerQ), da Sertã, a Associação Óbidos Ciência e Tecnologia, o Tecnopolo do Vale do Tejo (Abrantes) e a IDDNet da associação empresarial da região de Leiria, a que se juntam mais de 500 entidades parceiras, entre autarquias, associações, empresas e entidades financeiras.
LUSA
Site optimizado para as versões do Internet Explorer iguais ou superiores a 9, Google Chrome e Firefox
Powered by DIGITAL RM