O Bispo da diocese de Leiria-Fátima, D. António Marto, vai ser criado cardeal amanhã (28) no consistório convocado pelo Papa Francisco, que vai elevar ao colégio cardinalício 14 novos elementos, 11 deles eleitores num futuro conclave.
O consistório decorre na Basílica de São Pedro, a partir das 16h00. Depois da homilia do Papa Francisco, os novos cardeais fazem a profissão de fé, com a recitação do Credo, e o juramento de fidelidade e obediência ao Papa e aos seus sucessores. Segue-se a entrega dos três símbolos cardinalícios: barrete, anel e bula da nomeação.
Nas vestes habituais, a cor vermelha distingue os cardeais. A cor significa o sangue derramado por Cristo e torna presente a função de servir na diocese de Roma para dar testemunho da Ressurreição do Senhor. O barrete vermelho é sinal da dignidade do cardinalato. No momento da entrega, o Papa lembra ao novo cardeal que este barrete simboliza a prontidão para agir com coragem, até ao derramamento de sangue, para o aumento da fé cristã, para a paz e tranquilidade do povo de Deus e para a liberdade e crescimento da Santa Igreja Romana. Já o anel é a expressão de uma união mais forte entre o cardeal e a Igreja. O novo cardeal recebe este símbolo, enquanto escuta do Papa as seguintes palavras: “Recebe o anel das mãos de Pedro e sabe que o teu amor pela Igreja é fortalecido pelo amor do Príncipe dos Apóstolos”. Finalmente, a bula de nomeação é um símbolo que reforça ainda mais a estreita união que os cardeais possuem com o Papa. Ao receber a Bula, o recém cardeal escuta o título cardinalício (titularidade de uma igreja de Roma) que lhe foi oferecido e recebe do Papa o abraço da paz.
Às 18h00 haverá uma sessão de cumprimentos aos novos cardeais e, antes de receber as insígnias cardinalícias, o prelado português terá um encontro com jornalistas portugueses e estrangeiros, às 10h00, na Sala de Imprensa da Santa Sé.
Na sexta-feira (29), os novos cardeais concelebrarão a Eucaristia na Praça de São Pedro e no sábado (30), às 18h00, o novo cardeal português presidirá a uma missa na Igreja de Santo António dos Portugueses, em Roma.
Recorde-se que D. António Marto foi nomeado pelo Papa Francisco no passado dia 20 de Maio. Na carta em que comunicou a nomeação o Papa Francisco afirmou: “Incardinado na Igreja de Roma, serás uma testemunha privilegiada deste intercâmbio de vida e de dons que o Espírito Santo, autor tanto da diversidade como da harmonia, realiza na Esposa de Cristo”. “Esta alegria do Povo de Deus, devemos guardá-la com o nosso coração de pastores, não permitindo que a mundanidade lhe tire nobreza. É bom alegrar-te juntamente com o Povo de Deus por esta tua designação para Cardeal, mas ao mesmo tempo não permitas que o espírito mundano a desprestigie com expressões festivas e celebrações de tipo mundano. A alegria segundo Deus é, sempre, sóbria e profunda” concluía o Santo Padre.
No passado domingo (24), no encerramento do Simpósio Teológico-Pastoral organizado pelo santuário de Fátima, o futuro cardeal afirmava que o cardinalato “é o dom do Papa Francisco a Fátima, para por em relevo quer a Mensagem quer o trabalho que aqui se faz (no santuário de Fátima) como paradigma e modelo para os outros”. “Pois que esta nomeação seja um sinal de Deus para nós. Para mim não contava com isto, dispensava bem isto, mas ponhamos isso no projecto de Deus para a diocese”, acrescentou D. António Marto.
D. António Marto será o quinto cardeal português do século XXI e o segundo a ser designado no actual pontificado. O prelado da diocese de Leiria-Fátima junta-se assim a D. José Saraiva Martins, D. Manuel Monteiro de Castro e D. Manuel Clemente no Colégio Cardinalício, que a partir de sexta-feira (29) contará com 125 eleitores (59 dos quais criados por Francisco) e 102 cardeais com mais de 80 anos, os quais não têm direito a voto num eventual Conclave para eleição de um novo Papa.
Hoje sairá o livro “D. António Marto. O Cardeal de Fátima”, uma edição da Paulus Editora para “dar a conhecer a história e o pensamento” do novo cardeal português. A obra apresenta uma breve biografia e a reflexão do mais recente cardeal português sobre diversos temas como: Jovens, recasados, eutanásia, crise.
D. António Augusto dos Santos Marto nasceu a 5 de maio de 1947, em Tronco, Concelho de Chaves, Diocese de Vila Real. Depois dos estudos nos seminários de Vila Real e do Porto foi ordenado padre em Roma, em 1971; de 1970 a 1977, estudou Teologia Sistemática na Universidade Pontifícia Gregoriana de Roma. A 10 de Novembro de 2000 é nomeado bispo e escolhe como lema episcopal «Servidores da vossa alegria» (2COR 1,24): foi bispo-auxiliar de Braga de 2001 a 2004, bispo de Viseu até 22 de Abril de 2006, altura em que passou a liderar a diocese de Leiria-Fátima.
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