O presidente da Câmara Municipal de Pombal, Diogo Mateus, anunciou a “intenção política” de “desenvolver um novo estudo para a criação da Escola Superior de Ciências Agro-Industriais e Florestais no concelho”. O anúncio foi feito durante a Feira Nacional da Floresta, que se realizou no Expocentro, no fim-de-semana de 18 a 20 de Maio.
“Há cerca de 18 anos, o Município de Pombal promoveu com o IPL o estudo da criação da Escola Superior de Ciências Agrárias e Florestais de Pombal, da autoria do Centro de Estudos Inovação e Dinâmicas Empresariais e Territoriais do Departamento de Ambiente e Ordenamento da Universidade de Aveiro”, recordou o autarca, sublinhando que “hoje, mais do que nunca, importa desenvolver a promoção das inúmeras oportunidades que a floresta potencia”.
Desta forma, o edil vai procurar integrar o novo estudo “no âmbito do Instituto Politécnico de Leiria, futura Universidade Politécnica de Leiria, com quem procurarei reunir muito brevemente apresentando esta proposta”.
Segundo Diogo Mateus, este novo projecto procura “definir novas abordagens para os modelos de desenvolvimento local, adequados às novas condições e exigências individuais do território e dos mercados internacionais”, assumindo-se como “um projecto moderno, versátil, aberto a alunos de todo o mundo, exigente, jovem, ambicioso e com uma participação activa das empresas e dos investidores agro-industriais e florestais, da madeira, resina e investigação”.
A criação desta escola superior vem no seguimento de “um trabalho alargado” em Pombal, com “mais de uma década”, que propõe olhar para a importância da floresta, frisou Diogo Mateus, destacando a criação das Brigadas Autárquicas de Voluntários, constituídas por quase 200 voluntários que “têm desenvolvido a missão de vigia, de prevenção e de protecção da nossa floresta”, que ocupa mais de 60 por cento do território pombalense.
Além disso, “não esperámos por decretos ou pela ocasião gerada pela opinião pública para sensibilizar a população” para a limpeza de terrenos, que permitiu “nos últimos três anos limpar mais de 500 hectares de faixas de gestão ao longo das nossas vias”, realçou Diogo Mateus, adiantando que para esse efeito dotaram as juntas de freguesia com os “meios financeiros e técnicos que lhes possibilitaram desenvolver esse extenso trabalho de limpeza”, cujo investimento municipal ultrapassou os 350.000 euros.
“Foi a pensar no avanço da nossa estratégia de defesa, ordenamento e preservação da nossa floresta que apresentámos ao Governo a intenção e a disponibilização do concelho de Pombal para acolher uma Central de Biomassa Florestal”, que permita “melhorar os níveis de manutenção florestal, apoio à silvicultura e produção energética limpa e ambientalmente sustentável”, revelou o autarca, garantindo que, “da parte do município, continuaremos empenhados para contribuir para o desenvolvimento do sector florestal no nosso país”.
Para o presidente do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), Rogério Rodrigues, foram “três ou quatro décadas de má gestão do território que vieram fazer com que este mesmo território não seja tão resiliente”, pelo que se impõem “novos desafios” que passam pela “gestão florestal e pela gestão das áreas silvícolas, mas acima de tudo pela gestão de todas as áreas do território”, com vista à “redução de riscos de incêndios, mas também das pragas e doenças que com as alterações climáticas se desenvolvem e prejudicam o mundo da nossa floresta”.
CARINA GONÇALVES
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