A presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) afirmou hoje, em Coimbra, que a luta por gestores qualificados no país ainda não foi ganha e considerou que a competitividade assegura-se com recursos humanos.
“Ainda não ganhámos a luta de ter gestores qualificados”, notou a presidente da CCDRC, Ana Abrunhosa, considerando que “a grande batalha” que se tem de travar centra-se “nos factores imateriais da competitividade”.
Falando num evento sobre turismo, no Convento São Francisco, em Coimbra, a responsável deu o exemplo de duas empresas que até podem ter o mesmo equipamento e infraestrutura, mas uma é mais competitiva que a outra.
“O que faz a diferença? São as pessoas”, sublinhou Ana Abrunhosa [na foto], criticando também a fraca presença das empresas portuguesas no mercado digital.
Segundo a presidente da CCDRC, quem não está no mercado digital “significa que não está no mundo”.
Usando exemplos relacionados com o sector do turismo, Ana Abrunhosa realçou que o “mais difícil não é construir um hotel”, mas sim garantir qualificação do produto e formação para se assegurar um negócio a longo prazo.
O turismo, vincou, não pode ser uma aposta apenas por se estar “na moda”, sendo que, para não se perder “o comboio”, é necessário apostar na qualificação.
No entanto, constatou, há diversos constrangimentos de acessibilidade e mobilidade no turismo desenvolvido no interior do país que têm de ser resolvidos, apontando para o caso de um turista que chega a Coimbra de comboio e não consegue depois ir até à Serra da Estrela.
“É preciso exigir aos poderes públicos” investimento nessa área, defendeu, considerando que os empresários devem exigir ao Estado boas estradas, assim como “bons horários para os comboios”.
Durante o discurso, Ana Abrunhosa abordou também os números relativos ao quadro comunitário Portugal 2020 e aos apoios concedidos a empresas.
De 8.687 projectos candidatados no Centro, já há cerca de quatro mil aprovados, com intenções de investimento de quase três mil milhões de euros, sendo que a taxa de execução é de 39 por cento.
Ana Abrunhosa falava no final de um ‘workshop’ intitulado “Financiamento para o Turismo: as melhores soluções”, promovido pelo Millennium BCP e pela Confederação do Turismo Português.
LUSA
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