O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, considerou hoje o projecto de auto-protecção da aldeia de Ferraria de São João um “magnífico exemplo” de como se deve limpar à volta das povoações.
Em visita àquela aldeia do concelho de Penela, que esteve ameaçada pelo incêndio de Pedrógão Grande, em Junho de 2017, o governante elogiou a organização dos seus habitantes na criação de uma zona de protecção, que consistiu no corte de eucaliptos numa faixa de 100 metros em redor do aglomerado habitacional e na sua substituição por árvores autóctones.
“Este é um magnífico exemplo, basta olhar à volta e ver como melhorando a protecção temos um futuro com esperança e em segurança”, sublinhou Eduardo Cabrita, que, juntamente com o ministro Adjunto, Pedro Siza Vieira, visitou a aldeia de Ferraria de São João e o Centro de Competências Geoespaciais.
As visitas inseriram-se num conjunto de acções governativas destinadas a lembrar que o trabalho de limpeza de terrenos decorrerá até 31 de Maio.
Logo após o incêndio de Junho, os moradores da aldeia de Ferraria de São João conseguiram reunir 77 proprietários de 255 parcelas de terreno e proceder ao arranque de cerca de 80 mil eucaliptos em nove hectares, numa faixa de 100 metros em redor da aldeia, bem como preparar o terreno para a plantação, de forma ordenada, de espécies mais resistentes ao fogo, como o carvalho, o castanheiro e o sobreiro.
Em declarações aos jornalistas, o ministro da Administração Interna negou qualquer atraso na implementação de medidas de combate aos fogos florestais.
“Nunca tivemos tantas medidas e tantos meios”, sublinhou, enumerando a aposta na prevenção, a formação de mais 600 elementos da GNR para reforçar o Grupo de Intervenção Protecção e Socorro, a aquisição de mais viaturas para esta estrutura e a criação de equipas de bombeiros profissionais nos concelhos com maior risco de incêndio.
O governante rejeitou ainda que o facto de a lei orgânica da Protecção Civil ainda não ter sido alterada possa afectar a implementação de medidas preventivas e de combate.
“[A lei orgânica] não é para este ano, sempre o dissemos. É fundamentalmente para o futuro”, afirmou.
Segundo o governante, a lei “não vai resolver nenhum incêndio deste ano, o que vai resolver é aquilo que os portugueses estão a fazer colectivamente e o que já fizeram neste Inverno e vão continuar a fazer em matéria de prevenção”.
Para o ministro da Administração Interna, nunca o país esteve tão preparado, nem “nunca foi feito tanto em matéria de limpeza e de prevenção, resultado de uma mudança cívica e civilizacional que já aconteceu”.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro, António Costa, e outros membros do Governo estão hoje em diferentes zonas do país a assistir e a participar em iniciativas de limpeza de mato e de apresentação de projectos no âmbito da prevenção de fogos, num conjunto de iniciativas organizadas em parceria com a Associação Nacional de Municípios Portugueses.
LUSA
(Na foto, o ministro Eduardo Cabrita discursa na apresentação do Centro de Competências Geoespaciais, acompanhado pelo autarca de Penela, Luís Matias, e pelo ministro Adjunto, Pedro Siza Vieira)
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