O Choral Polyphónico João Rodrigues de Deus, da Sociedade Filarmónica Penelense, juntou-se ao Coro Carlos Seixas, de Coimbra, para ambos celebraram em conjunto, ao longo de 2018, os 10 anos de actividade que, coincidentemente, cada um dos grupos festeja.
A amizade entre os dois maestros, Paulo Bernardino e João Santos, respectivamente, colegas de curso, permitiu dar corpo à ideia e entre música e palavra, leia-se, concertos e conferências, estão agendadas 12 iniciativas, entre 10 de Abril e 8 de Dezembro, em Penela e Coimbra.
“O que passa para o público são as conferências e os concertos, mas entre os próprios coros, haverá o convívio, ensaios e trabalhos em conjunto, trocas de experiências e culturas”, revelou ao TERRAS DE SICÓ, Paulo Bernardino.
O coro de Penela, fundado em 18 de Janeiro de 2008, está “bastante bem e tem feito um trabalho notável”, refere o maestro, destacando a recente prestação num concurso nacional de coros, promovido pelo Coro Carlos Seixas, em que o Polyphónico João Rodrigues de Deus alcançou um lugar entre os oito grupos finalistas, numa lista de mais de duas dezenas.
Com mais de 30 elementos, um número “muito interessante, embora quanto mais pessoas houver melhor, porque permite fazer outro tipo de repertório”, o coro interpreta música medieval, portuguesa, sacra e ligeira, o que lhe permite adaptar-se consoante o espaço e a iniciativa em que é solicitado a actuar.
A agenda de concertos para este ano está “bastante preenchida”, com os espectáculos das comemorações do aniversário, outros já programados pelo país e uma deslocação a Sevilha (Espanha) em Junho próximo.
Com ensaios todos os sábados à noite, na sede da Filarmónica Penelense, Paulo Bernardino elogia o apoio da Câmara e só lamenta as limitações financeiras, que não possibilitam pagar mais ao maestro (penelense, mas a viver em Gaia) e impedem “outro tipo de trabalhos”. “Tudo o que envolve contratar músicos, instrumentistas convidados, é mais complicado, porque não há dinheiro para isso”, salienta aquele responsável, admitindo, contudo, que o grupo “está bem, se olharmos à realidade de outros coros”.
O repertório do coro será “explorado” nos concertos de aniversário e as conferências previstas abordarão a temática da prática coral.
Comemorações em Penela e Coimbra
O programa da comemoração conjunta do 10.º aniversário do Choral Polyphónico João Rodrigues de Deus e do Coro Carlos Seixas tem início a 10 de Abril, pelas 18h00, em Coimbra, com Rosário Pestana, da Universidade de Aveiro, a conversar sobre “A importância da prática coral na sociedade portuguesa”. No dia 20, também às 18h00 e igualmente na cidade do Mondego, o investigador João Pedro Almeida Rocha abordará “A música de intervenção gravada” e apresentará o livro “Discos perdidos e outras canções de Abril”. No mesmo dia, à noite (21h30), em Penela, realiza-se um concerto com a participação dos dois coros aniversariantes. No dia 25 de Abril, o programa do dia 20 repete-se, mas desta vez todo em Penela, integrado nas comemorações da Revolução dos Cravos.
No dia 30 de Junho, Sofia Sawa Serra, da Universidade Católica do Porto, explica a fisiologia da voz para coralistas, numa sessão marcada para as 18h00, no auditório municipal de Penela. Pelas 21h00, realiza-se o 9.º Encontro Coral do Choral Polyphónico João Rodrigues de Deus.
Paulo Bernardino, maestro do coro penelense, falará sobre música sacra em duas sessões agendadas para 29 de Setembro (Igreja da Misericórdia de Penela, na comemoração do feriado municipal) e 1 de Outubro (Coimbra, assinalando o Dia Mundial da Música).
A 5 e 6 de Outubro, pelas 21h30, realizam-se dois espectáculos de angariação de fundos para a associação SOGA (Servir Outra Gente Com Amor), o primeiro na Sé Velha (Coimbra) e o segundo na Igreja de Santa Eufémia (Penela).
O programa comemorativo fecha nos primeiros dias de Dezembro (1 e 8) com cantatas de Natal, pelo Choral Polyphónico João Rodrigues de Deus, Coro Carlos Seixas, Filarmónica Penelense e Coro de Urrô. No primeiro dia na inauguração do Penela Presépio e no segundo no Convento de S. Francisco, em Coimbra.
LUÍS CARLOS MELO
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