Quando a política não tem ambição e serve somente para, na melhor das hipóteses, se adaptar à realidade existente, o futuro estará mais comprometido.
Estamos numa região, considerando o eixo entre Leiria e Coimbra, onde faltam empresas com escala que sirvam de âncora aos territórios. Na CIM de Coimbra, as 100 maiores empresas representam 50 por cento da riqueza criada, 42 têm um volume de negócios acima de 25 Milhões de Euros, o que revela bem os problemas estruturais existentes. Se a política local e regional não tiver a ambição de mudar esta situação, obviamente que os talentos e os jovens serão cada vez em menor número, pelo que ficaremos para trás. O que esperamos de todos os que têm responsabilidades públicas é que para além das tarefas normais, percebam exactamente o principal problema da região. São precisas mais empresas e empresas com dimensão, para além de dar prioridade máxima às necessidades das que existem. Não há fixação de pessoas, sem emprego, não há emprego sem empresas, porque o Estado está obviamente limitado e estabilizado nos seus recursos humanos. Este é um problema estrutural e como tal deveria ser tratado com prioridade. Numa Comunidade Intermunicipal, a política de atracção e fixação de investimento deveria ser o grande desígnio. Deveria existir uma estrutura com recursos para tratar exclusivamente deste assunto, em contacto com as entidades nacionais, como a AICEP ou IAPMEI, um conselho estratégico virado exclusivamente para o investimento, com empresários e associações empresariais, a monitorização permanente dos projectos das incubadoras existentes no território, devidamente integrada, enfim, um conjunto de objectivos com métrica bem definida. Essa deveria ser a ambição porque se não o fizermos dessa forma, os nossos jovens talentos não encontrarão lugar num território parco em oportunidades. Tenho por certo que todos os responsáveis não discordarão deste racional e da necessidade de dar prioridade a este desígnio. Provavelmente alguns ainda pensarão que a solução se pode encontrar individualmente, mas esta é uma tarefa de natureza sub-regional, com necessidade de trabalho conjunto e a tempo inteiro. Existem recursos nos municípios com competência para fazer este trabalho, num nível territorial Intermunicipal com ganhos de escala para todos. Há bons exemplos territoriais, como Aveiro ou Oeste que trabalham há vários anos, de forma mais concertada, mas, penso, ainda é possível fazer melhor. Ainda vamos a tempo!
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