2018, Janeiro. Na Grécia, aprovou-se mais um pacote de austeridade com aumento de impostos sob enormes protestos de uma população que anda nisto, desde 2010, uma vez que o resgate Grego foi anterior ao de Portugal.
Recordar-se-ão dos protestos desse tempo, da queda do governo, da tomada do poder pelo Syriza que iria impor-se perante os credores. Quase oito anos depois do primeiro resgate, a Grécia continua debaixo da pressão da Troika porque precisa desse dinheiro para se financiar, uma vez que os mercados não o fazem. Imaginamos os custos sociais e económicos, de um processo difícil em que, num determinado momento, eles também não pagavam a dívida. Em Portugal, nesses idos tempos, o Partido que nos tinha atirado para a situação de resgate também se encontrava a descolar das medidas de sacrifício e a ensaiar o mesmo discurso de que não pagaríamos. Felizmente em Portugal, houve um Governo que soube lidar com a Troika e cumpriu o plano de resgate assinado em contrapartida de um empréstimo de 78.000 milhões de Euros. Felizmente, apesar dos protestos, o povo português percebeu que alguns dos sacrifícios eram inevitáveis, tendo permitido, apesar de tudo, alguma paz social. Houve manifestações, protestos, mas em 2015, mesmo com alguns erros à mistura, Portugal teve a sua saída limpa. Os gregos, em contrapartida, continuam embrulhados num processo que infelizmente, parece não ter fim. O que lá acontece, só serve para comparativamente percebermos a importância de termos sido responsáveis e termos cumprido.Serve este intróito, para elogiar o governo da coligação do PSD e do CDS que realmente prestou um serviço importante, apesar dos muitos protestos e incompreensões. Pedro Passos Coelho que liderou o dito governo e ganhou as últimas eleições legislativas, o que prova bem a consciência política do povo português sobre tudo o que passou, vai sair da liderança do PSD, após as eleições do passado sábado. A tarefa de ganhar legislativas parece difícil, mas com a renovação de liderança, as contas podem ser alteradas, em função também da afirmação de um projecto e de uma mensagem alternativa a este governo de coligação de esquerda. O PSD é na sua matriz o partido reformista que em larga medida tem dependido muito das suas lideranças. A curiosidade é perceber se Rui Rio, apesar da sua relação pouco estreita com os órgãos de comunicação social, conseguirá passar a mensagem que clarifique as posições e permita aos portugueses terem uma verdadeira alternativa de governação. Para além do défice zero e da redução da dívida pública, até porque esses indicadores, para o curto-prazo, também serão atingidos pela esquerda. Sublinho o curto porque em tempo de recessão, estamos pouco seguros do caminho de gestão corrente em que estamos. O discurso da alternativa tem assim de ser um discurso de modelo de Estado, de reforma do Estado que aproveite o crescimento económico que é sobretudo mérito das empresas, porque os impostos aumentaram e os custos de contexto também. Não fora assim, e porventura, estaríamos a crescer mais em linha com os países que mais crescem na Europa.
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