A Expocentro de Pombal volta a receber os melhores atletas portugueses em pista coberta, agora com a realização do Nacional de Clubes, este fim de semana, com Sporting e Benfica como candidatos claros aos dois primeiros lugares.
A nível individual, os pontos fortes deverão ser o primeiro ‘embate’ em solo nacional de Nelson Évora (Sporting) e Pedro Pichardo (Benfica), dois dos melhores triplistas do mundo, nova tentativa de mínimos para o Mundial de Birmingham de Ancuiam Lopes (Sporting), nos 60 metros, e de recorde nacional para Lorene Bazolo (Sporting), também nos 60 metros, mas femininos.
No ano passado, o Sporting foi fácil vencedor em femininos, elevando o seu total para 22 títulos em 24 edições. Mas no setor masculino houve surpresas e o Sporting surpreendeu o rival e reconquistou um título que lhe escapava desde 2011.
Cinco pontos apenas – 104-99 – separaram os dois ‘colossos’, com o Sporting a elevar o historial para 17 títulos contra sete.
Uma diferença tão curta deixa tudo em aberto, tanto mais que um ‘nulo’ no salto com vara ou uma desclassificação na estafeta 4×400 metros, por exemplo, podem ‘deitar tudo a perder’.
As intensas mudanças de clubes na pré-época não são claras no sentido de se saber quem ficou mais forte, sendo que a mais mediática foi a contratação pelo Benfica do cubano Pedro Pichardo, entretanto naturalizado português, como resposta à ida de Évora para o Sporting, na outra época.
Este ano, Pichardo já foi campeão de Portugal, com Évora ausente, mas já se defrontaram pela primeira vez sob a mesma bandeira no ‘meeting’ de Madrid, com vantagem para o sportinguista – 17,30 metros e 17,01.
Segundo em Madrid e terceiro em Torun, na Polónia, com 16,80, Nelson Évora venceu o circuito da IAAF e recebeu um ‘wild card’ para o Mundial, onde Pichardo não estará, já que a federação internacional ainda não ‘reconhece’ a sua mudança de nacionalidade.
Tanto Nelson Évora como Pedro Pichardo também estão inscritos para o salto em comprimento, que não é a melhor especialidade de ambos, mas em que dão garantias de muitos pontos para o clube.
Em Birmingham, Évora terá a companhia do benfiquista Tsanko Arnaudov, no peso, e de Lorene Bazolo, do Sporting, nos 60 metros, e quase de certeza de Samuel Remedios (Juventude Vidigalense) no heptatlo. Os restantes atletas com mínimos do ano passado estão lesionados ou a recuperar de operação, ou longe da melhor forma.
Bem abaixo do que fez em 2017, David Lima (Benfica) não tem chegado perto da ‘marca de referência’ nos 60 metros, de 6,70 segundos. Em contrapartida, Ancuiam Lopes (Sporting) já correu em 6,65 no passado fim de semana, a dois centésimos dos mínimos.
Terá na Expocentro as duas derradeiras oportunidades para o ‘passaporte’ para o Mundial, na tarde de sábado – na corrida na final, e depois numa prova extra, a fechar a sessão.
Sem rivais na actualidade, Lorene Bazolo aponta para outro patamar, o tornar-se recordista nacional. Nunca esteve tão próxima como esta época, com os 7,27 segundos que a deixaram a escassos dois centésimos do histórico recorde de Lucrécia Jardim e também ela terá duas oportunidades no sábado.
As provas extra, aliás, serão mais competitivas do que as finais, já que não haverá limite para atletas de Sporting e Benfica, os mais competitivos.
No peso, tudo será fácil para Tsanko Arnaudov, que tem 20,86 metros, mais de três metros à frente do rival do Sporting, Marco Fortes, o anterior recordista nacional.
Sara Moreira estará nos 3.000 metros para pontuar para o Sporting e sem colocar os mínimos para os Mundiais como objetivo. O Benfica conta com Margarida Raimundo, deixando Marta Pen fora da lista de inscritas, apesar de ser esta que tem a melhor marca lusa do ano.
Marta Pen, radicada nos Estados Unidos e que raramente corre em Portugal, é aposta para a ‘dobradinha’ de 800/1.500 metros, em que é favorita.
Nos 1.500 metros, que ainda não correu na época, vai defrontar Susana Godinho ou Amélia Vitorino, pelo Sporting.
Nota ainda para os ‘trabalhos forçados’ de Samuel Remédios, da Juventude Vidigalense, recordista do heptatlo, que vai ao comprimento, altura e 60 metros barreiras, sempre com perspectiva de pódio.
Os campeonatos das I e II divisões disputam-se em simultâneo, pelo que estarão em pista 32 equipas, 16 de cada sexo.
LUSA
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