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Paulo Júlio

A Gastronomia como âncora de Portugal

15 de Fevereiro 2018

O sector agroalimentar nacional é claramente um dos portadores estratégicos do desenvolvimento do território, nomeadamente os de menor densidade demográfica. Esta semana realizou-se o maior certame português do sector alimentar e de bebidas, composto somente por empresas nacionais, portanto de produtos portugueses.

O SISAB, que se realiza anualmente no Pavilhão Atlântico, traz a Portugal a grande maioria das empresas espalhadas pelo mundo, detidas por nossos compatriotas que emigraram e arriscaram nos países de destino. É gente que possui empresas distribuidoras com vertente comercial, restaurantes, supermercados, que se constituem verdadeiros embaixadores dos produtos nacionais e, portanto, impulsionadores das exportações portuguesas de bens alimentares. O SISAB é um evento privado realizado ao longo de 23 anos, sem financiamento público, cujas receitas são o resultado da participação de centenas de empresas portuguesas. Por outro lado, o seu mentor e a sua equipa viajam pelas várias regiões do mundo, identificando potenciais compradores, para os trazer a Portugal, permitindo-os contactar com os produtores nacionais.

A gastronomia portuguesa tem vindo a recolher prémios internacionais, os nossos Chefs de cozinha concorrem com os melhores do mundo, razão suficiente para pensarmos na promoção da gastronomia tipicamente portuguesa, tomando como bom exemplo a sua congénere italiana.

Na realidade, caminhamos pelo mundo e não há cidade onde não existam vários restaurantes italianos, nomeadamente pizzarias. Nesses restaurantes estão presentes o azeite, o vinho e outros produtos Italianos, permitindo que toda a cadeia de valor seja promovida. O sector agroalimentar italiano é realmente um caso de sucesso, assim como o espanhol, apesar dos restaurantes das famosas Tapas serem em menor número.

Não sei quais deveriam ser as acções, mas deveremos olhar para a exportação da nossa gastronomia como estratégia de valorização de Portugal no mundo, e como consequência do sector agroalimentar. Uma estratégia de internacionalização bem delineada, por outro lado, poderia ser a âncora de marketing da própria imagem de Portugal.

Este é um desafio de futuro. Talvez até seja uma ideia daquelas difíceis, mas, vale a pena pensar nisto, fora da caixa, como alguém pensou o SISAB, tornando-o num evento de referência nacional.


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